Maravilhoso é tudo aquilo que é estranho, sobrenatural, mágico ou milagroso. É, sobretudo no período medieval europeu, sécs. XII, XIII, que aparece o ressurgimento do maravilhoso, através da literatura cortesã, uma produção erudita. Podemos dizer que existe um segundo tipo de maravilhoso: - a maravilha
Esta encontra-se em dois níveis: as maravilhas que ajudam, como objectos mágicos; as maravilhas que se deve combater, geralmente monstros. No maravilhoso, assiste-se a uma desumanização do universo, sem mediador humano, passando drasticamente para um universo mineral, vegetal ou animal de monstros, fadas ou florestas. A maravilhosa Melusina, uma mulher-dragão, será a representante feminina desse contexto medieval.
PALAVRAS -CHAVE:
MARAVILHOSO, FEMININO, MEDIEVAL, MILAGRE;
O maravilhoso é, em primeiro lugar, a projecção fora do nosso universo, e imerso na sua catarse, de atitudes mentais incompatíveis com a exigência de uma descontinuidade entre o ser humano e a natureza, e que o pensamento cristão tinha por essencial na Idade Média (1). O ethos feminino pode ser analisado como catalisador de mitos, elevando um fenómeno de cultura popular ao mito e vice-versa. Nesse sentido buscado por nós, o de perceber a entronização de uma fábula no meio social, como génese de uma cultura - a medieval - terão que analisar as relações entre níveis de cultura e grupos sociais.
Teremos que pensar a Idade Média como uma convivência de populações, impregnadas de tradições mentais completamente diferentes. Desde o fim da Antiguidade Tardia e mesmo em pleno período medieval, observamos a emergência de populações camponesas exercendo pressões sociais importantes, sobre uma elite latina, que somada a uma crescente indiferenciação cultural das camadas culturais laicas frente ao clero, convidam uma crise. Essa cultura clerical, que monopolizava as formas eruditas de cultura, sobretudo as escritas, no grego ou latim, tinha que se ajustar às resistências culturais de origem pagã sejam elas célticas, ou romanas.Teremos dificuldade em discernir qual seria o tamanho e o peso cultural da população camponesa frente ao monopólio clerical dessa mesma produção.
Se nos introduzirmos no problema do feminino medieval, encontraremos a mulher perante os seguintes paradoxos:
A importância do carácter diabólico da mulher - ela permanece essencial, porque continua a ser o pivot de toda a sorte de desgraças e, na atmosfera cristã medieval, surge uma nova interrogação: a infidelidade da promessa não é menos culposa pelo carácter "diabólico" da mulher. Isso procede da cultura da época que desloca o problema. Como se faz a propósito das mulheres "maravilhosas", a distinção entre magia boa ou má, nas fadas ou feiticeiras será construída - então o cristianismo oferece a Melusina uma possibilidade de salvação ou condena-a inevitavelmente às penas do inferno. Melusina, simbólica, evoca paixão, numa mescla entre erotismo e prosperidade, de abundância ( "primeiramente Melusina dá muitos filhos").
As mulheres emergem das fontes medievais com imagens contraditórias. A mulher é descrita no pacto matrimonial, como mercadoria a ser avaliada de acordo com a herança ou o dote que traziam com elas. Somado a esse lugar social, existia a forte tradição misógina herdada de São Paulo e dos escritos patrísticos, que retratavam a mulher como Eva, a suprema e obstáculo para a salvação. A respeito disso temos o testemunho de Santo Agostinho, dado por Simone de Beauvoir:
"A mulher é um animal que não é seguro nem estável; é odienta para tormento do marido, é cheia de maldade e é o princípio de todas as demandas e disputas, via e caminho de todas as iniquidades".(2)
Logo, era melhor casar do que se consumir - mas não muito melhor - e um homem decidido a levar uma vida santa deveria ingressar numa ordem religiosa. São Tomás também lhe assegurava esse lugar social discriminado:
" Eliminai as mulheres públicas do seio da sociedade, e a devassidão a perturbará com desordens de toda a espécie. São as prostitutas, numa cidade, a mesma coisa que uma cloaca num palácio: suprimi a cloaca e o palácio tornar-se-á um lugar sujo e infecto".(3)
Há algumas excepções. Pelo menos no fenómeno do amor cortês, representada pela figura do trovador, faz ventilar nas cortes algo contra a sedimentação cultural da sociedade cristã. São as "Cortezia es d`amar, o fin`amor, o bom amors, ou o amor valent " - todos inventados por poetas do século XII, exprimindo uma relação completamente nova entre o homem e a mulher, o que traduz um modus operandi de importante alcance: a promoção da mulher na sociedade nobre. Existe um pequeno espaço onde a mulher habita em igualdade de condições: na poesia. Até no trovadorismo, o mundo aristocrático não tratava a mulher com qualquer espécie de ternura. A princípio desprezada pela sua incapacidade para o manejo das armas, vivendo num ambiente guerreiro que excluía toda a feminilidade, quase que eternamente tratada em condição de menoridade. Não se atribuía qualquer função além de procriar. Mas mesmo nas canções d´amour a mulher é tida como tentação do diabo. Nesse sentido não existe romance mais famoso que a de Heloísa. O amor cortês representado por Heloísa e Abelardo, foi resumido nessas linhas francamente eclesiásticas:
" Onde está a sensata Heloísa
Por quem foi castrado e depois monge
Pedro Abelardo em S. Dionísio ?
Por amor dela teve esta desgraça.
Mas onde estão as neves d`antanho " ? (4)
O próprio Abelardo escreveu uma obra intitulada História das Minhas Calamidades, onde relata o seu romance com Heloísa, como algo de penoso. Trata-se de um retrato social importante, e com ele podemos penetrar na intimidade de um intelectual da Idade Média, oprimido pelos costumes.
Num primeiro momento temos que fazer uma distinção entre o sentido de estranho e de maravilhoso. Que às vezes se misturam. O estranho pode ser identificado pela reflexão, ao passo que o maravilhoso conserva sempre um resíduo sobrenatural, sendo dividido em três âmbitos:
Mirabilis, magicus e miraculosus.
Mirabilis- é o nosso maravilhoso , com origens pré -cristãs;
Magicus- no período medieval este termo deslizou para o lado do mal, para o diabólico.
Magicus é, portanto o sobrenatural maléfico, o sobrenatural satânico.
O sobrenatural propriamente cristão ou maravilhoso cristão, é o que se origina de miraculosus. Mas "milagre", o miraculum, é um elemento bastante restrito, dentro do universo maravilhoso. Assim o penso porque uma das características do maravilhoso é ser representado, certamente por seres sobrenaturais que são inúmeros. Ora, no maravilhoso cristão somente pode haver uma autoria que é precisamente Deus. Logo, é o problema e o lugar do maravilhoso numa religião monoteísta como a cristã. Tiveram que propor - os clérigos da Igreja - a regulamentação desse maravilhoso no corpus do milagre. Essa regulamentação tem que ser até certo ponto desconstruída por nós, para podermos realizar uma crítica ao milagre. Será uma linha ténue, pois faz desvanecer o maravilhoso. Temos uma tendência para racionalizar o maravilhoso, despojando-o de seu carácter essencial, que é justamente a imprevisibilidade. Tanto que se, num apelo reducionista, nos limitarmos a inferir etimologicamente as suas raízes ele significará "aparição". Então, o milagre, se depende do arbítrio divino possui regularidade. Mas se o milagre tiver que se realizar através dos seus mediadores que são os santos será ainda mais previsível. Nas lendas dos santos cristãos, a partir do momento em que os santos entram em cena nós já sabemos o que vai acontecer. Sabemos desde logo que multiplicarão algum alimento, que farão uma ressurreição, que expulsarão um demónio. Dessa forma, há um perigo de esvaziamento do maravilhoso.
Podemos acrescentar qual a função do maravilhoso. O maravilhoso é um contrapeso à banalidade e à regra do quotidiano. Os temas principais sempre são os da abundância de alimentos, a nudez, a liberdade sexual e o ócio. Um mundo ao avesso é em suma a reversão das hierarquias, que a propósito é a emergência de valores pagãos frente á ideologia cristã. O maravilhoso foi em última análise uma forma de resistência ao cristianismo. Há por isso uma recusa da figura do homem como imagem e semelhança de Deus, já que em inversão ocorre justamente o contrário. Bestas apresentam-se sempre metade humana e metade fera. A recuperação cristã canalizou o maravilhoso para o milagre, mas este na verdade restringe o maravilhoso. Isto porque se refere sempre a Deus, o regulamenta e o racionaliza. A imprevisibilidade é substituída pela ortodoxia, frente ao sobrenatural. Assim, os santos, anjos e demónios são transformados em milícias cristãs, verdadeiros exércitos de Deus. Por isso existe, por exemplo, a busca pelo Graal. Podem aparecer terras e lugares naturais, como montanhas, lagos, fontes, árvores. Também não podemos esquecer de que o maravilhoso é visto por alguém, é visionário. Logo, pode ser enganador porque ver, mirar evoca o devaneio das miragens. Ora, isso remete-nos para o latim mirari, advindo da mirabilia, ou seja, maravilha e a visão. Por isso, as maravilhas são visionárias em sentido lato ou metafórico e tudo aquilo que o imaginário pode representar. Os mirabilia são naturalmente coisas que o homem pode admirar com os olhos, são metáforas visíveis. Trata-se de olhar.
"Melusina, chorando sempre, é vista por um cavalheiro em viagem numa floresta. Ali, banhando-se, nua, persuade o cavalheiro a casar-se com ela, mas apenas se nunca a observasse tomando banho". Ele casa com a dama e tem muitas filhas, "Presina, Paulina e Palestina". Mas não conseguindo conter a sua curiosidade, observa-a por uma fechadura. Então ela ao percebê-lo " transforma-se em dragão voando pelos ares da torre do castelo".
Percebemos algumas passagens que nos garantem alguns tabus cristãos quebrados por essa mulher na figura de "melusina". Ele vê-a numa floresta, no pagus, no campo, é então uma figura pagã, silvícola. Como as deusas célticas dos banhos, ela encontra-se no lago. Ele " salva-a" e casa com ela. Ela dá-lhe muitos filhos, retratando uma forte preocupação medieval - a demografia- por causa da alta taxa de mortalidade infantil. A quebra do tabu - a de não vê-la banhar-se - evidencia a natureza demoníaca de melusina. Na medida em que a água é um elemento purificador, como a água benta da missa cristã, Melusina revela a sua aparência de dragão ou serpente voadora e voa pelos ares a fugir. Neste sentido, Melusina remete-nos para uma outra lenda, a da " Dama do Castelo de Esperver ". Ela chegava tarde à missa e não podia assistir à consagração da hóstia. Como o marido e os criados a tinham, à força, retida por um dia na igreja, no momento das palavras da consagração, ela voou, destruindo parte da capela e desaparecendo para sempre. Esta história parece-nos a de uma pré- melusina. Mas existem outras. Em " Henno dos Dentes Grandes" há evidente semelhança. Em Aix-en Provence, o senhor do castelo Rousset. No vale de Trets, encontra perto do rio Arc uma bela dama, magnificamente vestida, que o chama pelo nome e que acaba por consentir em casar com ele, com a condição de jamais procurar vê-la nua, porque assim o faria perder toda a prosperidade material que ela lhe irá proporcionar. O Senhor Raymond promete e o casal conhece a felicidade; riqueza, força e saúde, além de muitos e belos filhos. Mas o esposo puxa a cortina um dia atrás da qual sua mulher toma banho no quarto. A bela esposa transforma-se então em serpente e desaparece na água do banho para sempre. Só as amas a ouvem de noite, quando ela volta invisível paras ver os filhos. Esta é também uma mulher-serpente. Percebemos que ocorre uma verdadeira comunhão de mitos. E há muito mais ainda. Melusina é criada na ilha de Avalon, a mesma das lendas do Rei Artur. Isso dá-nos mais um ponto a favor da origem céltica da lenda. O tema da caçada ao javali, animal psicopompo e visivelmente celta, faz parte igualmente da lenda. O próprio Raimodin encontra nessa caçada, três mulheres muito belas, entre as quais a própria Melusina.
Algo que nos chama a atenção é a forma de "tríade" que configura a formação da família de Melusina e as suas irmãs que formam o triunvirato "Melusina, Melior e Palestina". Sendo Melior e Palestina outra alusão aos problemas dos infiéis ao cristianismo, sendo clara uma referência ao oriente próximo. De qualquer modo, as formas das deusas tríplices celtas e pagãs já foram exaustivamente tratadas por Frazer, Campbell, Eliade, como sendo as deusas do destino e é neste facto que começaremos a divagar sobre este problema. Ora, destino é fado, ou seja, algo que não se pode evitar. O português "fado" se origina do latim dando origem a "fatal", "fato" que significa justamente isso, "algo terrível, que não se pode evitar". Daí surge a conotação de fatal, ou seja "irrevogável". Talvez graças a isso, Melusina se transforme em serpente todos os sábados. O tempo é cíclico mas não é linear. Ritmos lentos, explosões, perdas e ressurgências, dão vida ao maravilhoso imaginário. Essa variável é a natureza do acontecimento que provoca o desaparecimento. Um facto trágico consiste quase sempre na revelação da natureza do ser mágico, a serpente. Então, Melusina surge com o papel de perturbar a paz da família feliz, provocar qualquer desgraça. Por isso mesmo, Melusina no conto é chamada com adjectivos tais como "pestilenta" e "mui falsa serpente". A Melusina também é assimilada como um demónio súcubo, fruto de cópulas com mortais, que posteriormente dão filhos excepcionais, dotados de dons físicos (beleza para as mulheres e força para os homens) , porém infelizes, retardados, ou tarados.
Estamos preocupados com essas terminologias etimológicas e filológicas para solucionar algo que quase sempre tem passado despercebido pelos estudiosos de mitos medievais. A fada é malévola, fatal, portanto o que nos leva a crer como mui plausível seria uma súbtil cristianização desse substrato pagão dos mitos, transformando as fadas em senhoras idosas e conselheiras. Melusina é uma fada, só que na sua génese, solta fumo pela boca, é serpentária, mesmo ofídica; um dragão. A necessidade do sobrenatural permeia toda a Idade Média. Isso remete-nos para o problema do totemismo. O dragão pagão é antes de tudo um símbolo de poder; símbolo da mulher que já possuiu um lugar social garantido pelo matriarcado céltico em épocas remotas. O cristianismo levou pelo menos meio milénio para impor-se (do século III ao século VIII ). Assim sendo, mesmo com intenso combate a essa mentalidade, deixou subsistir na cultura popular numerosas crenças pré-cristãs.
O nosso pensamento será o de nos remetermos a saída encontrada pela população para falar de si própria: - o mito. Ali, no fantástico do imaginário, qualquer minoria tem o direito de transitar, mesmo que em sonho, ou mesmo pleitear uma nova condição de vida. É a Melusina que representa o imaginário feminino medievo na sua mais saliente pujança. A mulher, nomeada pela Igreja Romana como filha de Eva, portanto portadora do "vírus" do demónio, é retratada na sua forma diabólica, como serpente voadora, dragão e fada dos lagos. Como resposta a essa emergência de valores pagãos, a Igreja para não se expor ao perigo do desmoronamento, ou melhor, para conseguir escapar dele, fá-lo à custa de numerosas adaptações. Poderíamos citar a princípio o problema do "marianismo" medieval. Ora, a devoção Mariana, ou da Virgem Maria, nasce no século XII com toda a força, já que já que as comunidades rurais europeias continuam a cultuar uma espécie de virgem negra, das grutas, com um simbolismo visivelmente subterrâneo e pagão, da cultura céltica.(5) A oficialização por parte do bispado através das procissões, agora sob nova génese, renovada pelo manto do cristianismo, nomeada de mãe de Jesus. O surgimento de numerosos "santos" em substituição das divindades pagãs, é um exemplo constante. Nesse processo cultural, - a desnaturação- os temas folclóricos mudam rapidamente de significado. Como exemplo temos a "Vita Marcelli", de Fortunato(6). Neste escrito, o dragão é pagão, símbolo de forças naturais ambivalentes, vantajosas ou prejudiciais. Pois o dragão cristão continua a coexistir com o dragão pagão, este identificado com o diabo e reduzido a um significado de maldade. Mas, surpreendentemente, no "Vita Marcelli", um santo sai vencedor do dragão, mas mantendo ainda um leitmotiv pré-cristão, ele hesita em matar ou domesticar o monstro. Percebemos um enorme fosso cultural entre o carácter ambíguo da cultura folclórica, tendo as forças da natureza como locus, e um certo racionalismo da cultura eclesiástica que prega o binarismo bem e mal.
A Melusina representa o combate cristão a esse substrato pagão céltico implícito na lenda. Essas ideias variáveis e frequentemente contraditórias sobre as mulheres são sintomáticas da natureza complexa e multiforme do seu status e funções na sociedade medieval.
Por fim poderíamos apontar para o conteúdo político da lenda de Melusina. Existe a possibilidade de um "maravilhoso político". Neste espaço mítico, as famílias nobres reivindicam o mito como sua própria génese. Na família francesa Lusignan, Plantagenetas se dizem "filhos da mulher-demônio' por conseguirem prestígio na Côrte de Ricardo Coração de Leão. Então a própria sociedade toma como verdadeiro o mito para se exaltar, como emblema de força, de poder, mesmo que "infernal". Desta forma, a cultura erudita, uma cultura dominante cristã ,dava respostas individuais ou colectivas ao problema da atitude a adoptar em relação ao conteúdo da cultura profana pagã, utilizando uma ferramenta intelectual aperfeiçoada por autores didáticos que sistematizavam lendas populares inferindo conteúdo cristão. Os próprios escritores conhecem a versão pagã da história já que frequentemente são gauleses ou celtas que adoptam rapidamente a cultura cristã, por ali precisamente se encontrar um dos melhores processos de ascensão social. O fenómeno que permite que essas lendas maravilhosas sobrevivam, será o de muito longa duração. Quanto mais interessados em expurgar esses costumes ancestrais, mais essa atitude favorece a emergência dessas mesmas crendices. Por isso, Santo Agostinho distingue a urbanitas darusticitas quanto aos aspectos sociais das mentalidades, das crenças e dos comportamentos. Por isso a sua atitude discriminatória em De cura pro mortuis gerenda, ou em De catechizandis rudibus. Em De Civitate Dei, XV, 23, sobre os Silvanos et Faunosquos vulgo incubos vocant, é o local de nascimento dos demónios sexuais da Idade Média. (7)
A evangelização exige dos clérigos um esforço de adaptação cultural: língua ou sermo rusticos, emprego de formas orais, sermões e cantos; certos tipos de cerimónias, tais como liturgia, procissões, rogações, milagres encomendados e oficializados por Gregório Magno. A obliteração de temas pagãos por fim encobre e elimina a cultura folclórica. É a desnaturação, ou fim pelo tema cristão definitivo. Assim, assiste-se na Idade Média, a um bloqueio da cultura, estanque, hierarquização. Mas a população não é atingida literariamente já que não era letrada e a mulher irromperá mais algumas vezes na Idade Média, e muitas vezes depois, muito mais poderosas do que os medievais poderiam imaginar. O milagre deu-se.
LE GOFF, J. O maravilhoso e o cristianismo no ocidente medieval. Lisboa: Edições 70, 1966.
BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1980 - vol. I, p. 126.
BEAUVOIR, S. O Segundo Sexo. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1980 - vol. I, p. 127.
JEAUNEAU, É. A Filosofia Medieval. Lisboa: Ed. 70, 1986. p. 53.
LE GOFF, J. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Ed. Estampa, 1980. P.296.
LE GOFF, J. Níveis de cultura e grupos sociais. Lisboa: Ed. Cosmos, 1966. P. 34.
LE GOFF, J. Níveis de cultura e grupos sociais. Lisboa: Ed. Cosmos, 1966. P. 32.
Fabio Liborio
Fabio Liborio ROCHA, Graduado em História-Universidade Federal do Rio de Janeiro, mestrando em Filosofia /UGF-RJ/ CAPES. Secretário executivo da Ong. Chave da Filosofia para Educação e Cidadania-RJ.
ANO 2003
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